sexo & design . segunda parte



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Olá galera!

Estamos de volta ao Atomic! Desta vez, com a segunda parte do post sobre a relação "propaganda e design com a sexualidade", contando um pouco sobre a história dessa evolução e de como as pessoas se tornaram mais abertas a esse tipo de informação.

Passada a Segunda Guerra, as coisas ficaram realmente mais picantes! Uau!


O grande divisor de águas na difusão do sexo em mídias populares aconteceu com o lançamento da revista Playboy, em 1951. A publicação tornou-se porta-vós e ditadora de tendências e desejos no universo masculino. Sua primeira edição teve Marilyn Monroe como destaque e o sucesso nasceu garantido.


O que antes era considerado pornografia, com a Playboy tornou-se arte para a cultura popular, o que refletiu diretamente na publicidade e propaganda. Na época, alguns anunciantes nem se preocupavam em contextualizar as imagens sugestivas com o produto divulgado; utilizava-as apenas com o fim de chamar a atenção do público masculino. Exemplo disso, é este anúncio da Sony Eletronics veiculado em 1971. Vender um radinho AM/FM fica bem mais fácil assim, né? Pelo visto, era!


Na década de 70, a revolução sexual se manifestava através da onda hippie e do Woodstock. Uma prova dessa mudança de paradigmas foi o surgimento do primeiro boneco masculino destinado às meninas: o Baby Brother. E seu anúncio de lançamento não foi menos provocativo que o próprio produto: o boneco aparecia completamente nu.

Anúncio de lançamento do Baby Brother Tender Love da Mattel para a revista Woman's Day (1976).

Segundo a empresa americana de pesquisa Gallup & Robinson, a iniciativa causou um verdadeiro furor. Muitos pais reclamaram: "Jamais compraria esse boneco e jogaria ele fora se alguém me desse".  Porém, segundo o instituto, apesar dos inúmeros comentários negativos, o mesmo resultado não surtiu nas caixas registradoras da Mattel.

Na mesma época, indústria de peças intimas já se sentia a vontade em explorar o sexo, tanto masculino, quanto feminino. A temperatura esquenta!

Anúncio clássico da marca de lingeries Maindenform's Bras para a revista Life (1963).


Anúncio da Calvin Klein Underwear para a revista People (1983).

A partir da década de 80, o sexo passa a ser visto não só como uma forma de se obter prazer, mas também como diversão. Os anúncios passam a sugerir o ato sexual e a indústria de cosméticos não fica de fora.

Anúncio do perfume Charlie, da Revlon, para a revista Madeimoselle (1987).


Anúncio do perfume Jovan Musk para a revista Playboy(1989).


Anúncio dos batons Cover Girl para o Ladies Home Journal (1978).

Este último anúncio obteve ótimos resultados para a marca Cover Girl, apesar do explícito apelo sexual (e da preocupação dos gerentes da marca), comprovados pela Gallup & Robinson. Após o sucesso da campanha, diversas marcas repetiram a mesma fórmula.

Já neste anúncio do Viagra (1999), percebe-se o quanto o sexo evoluiu na propaganda. Deixou de ser apenas um instrumento para atrair o público e passou a representar não só o cotidiano das pessoas, mas também, suas vidas.


Quando bem utilizada, o sexo em publicidade é uma técnica poderosa que atrai, comunica e persuade. Porém, esse poder, quando mal empregado, pode gerar um rombo na imagem do anunciante. Os consumidores percebem quando a propaganda é de mau gosto e simplesmente rejeitam a marca.

Seria necessário, por exemplo, uma imagem tão apelativa como esta para incentivar o vegetarianismo? No título, temos: "Apimente sua vida. Seja vegetariano".

Anúncio criado para a Peta, ong dedicada aos direitos dos animais.

E o que dizer deste anúncio da Puma?  Quantos valores foram atropelados com essa imagem? Quantas campanhas de Sexo com Camisinha ele simplesmente desconsiderou?


E o por que não mexer com nossas fantasias? Brincar com a imaginação? Tornar o sexo divertido? Temos um ótimo exemplo de tudo isso na campanha "Sexo não é um acidente" criada recentemente para a MTV, que vai exatamente na contramão daquela criada para a Puma.




E é neste ponto que terminamos nosso post sobre Sexo & Design, conscientes de que tanto a publicidade quanto o design gráfico refletem as atitudes da sociedade muito mais do que as criam. Talvez seja o momento de abandonar certos preconceitos. Claro que nem tudo são flores, há muitas peças desrespeitosas circulando por aí, mas basta um pouco de discernimento dos consumidores e muita imaginação e responsabilidade dos profissionais de marketing e design.

Referências:
• Reichert, Tom, 2002 - Annual Review of Sex Research.
• Site: Mundo das Marcas (Link: http://www.mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05/playboy-o-prazer-masculino.html).
• Site: Gallup and Robinson. Advertising and Marketing Research (Link: http://www.gallup-robinson.com).
• Site: A. Friedman, Herbet - Sex and Psychological Operations (Link: http://www.psywarrior.com/sexandprop.html).
• Site: Publistorm (Link: http://www.publistorm.com/mtv-sexo-nao-e-por-acidente)

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